domingo, 13 de abril de 2008

SOBRE O ROUBO DA ARTE NA IGREJA PÓS-MODERNA - 2ª Parte

A igreja tem sido roubada. Roubada da arte. Roubada da imagem criativa de Deus.
Quem roubou a igreja? A igreja tem roubado a si mesma e muitas visões de mundo e ideologias bem intencionadas através dos séculos têm sido as ferramentas usadas nesse roubo.
A Reforma nos roubou a arte. Quando Martinho Lutero descobriu que podia ser justificado diante de um Deus santo pela graça de Deus e através da obra de Cristo (Rm 3. 21-26), este foi um momento crucial na história da igrela. Na divisão dentro do catolicismo romano, muitas decisões nos primeiros dias do protestantismo foram tomadas como reação ao rompimento com o catolicismo. Com muitas e boas razões à época, os reformadores reagiram às estátuas de santos, que ás vezes substituíam Deus como foco da oração das pessoas. Privar a igreja de qualquer arte parece ter sido uma resposta bem carente de equilíbrio. Os reformadores mais do que depressa citavam o segundo mandamento, no qual Deus diz ao seu povo: "não farás para ti nenhum ídolo, nenhuma imagem de qualquer coisa no céu, na terra ou nas águas debaixo da terra. Não te prostarás diante deles, nem lhes prestarás culto..." (Ex 20.4). O mandamento, no entanto, não proibia arte na igreja. Onze capítulos depois doa mandamentos encontramos que a primeira pessoa a ser descrita na Bíblia como sendo cheia do espírito de Deus é Bezaléu, a quem Ele havia dado "destreza, habilidade e plena capacidade artística" (Ex 31.1-11). E ele deve usar estes dons divinamente concedidos para decorar o Lugar Santo da adoração. Hoje, a maioria dos lugares para adoração não evocam nas pessoas o coração criativo de Deus. As pessoas estão mais propensas a pensar que as igrejas foram roubadas. As artes são periféricas.

continua...

Steve Stockman, ministro presbiteriano na Irlanda.
Ilustração: A VOLTA DO FILHO PRÓDIGO, de Rembrandt

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