Há dias em que o mundo me parece tão cruelmente grande,
tão assustadoramente triste e casual.
O coração fervia de tristeza há pouco tempo.
Hoje, só bate...
sente uma espécie de banzo
saudade do que nunca foi,
do que nunca viveu,
mas agora, só por hoje talvez, ele o faz sem chorar.
Estou no mar numa noite quente.
Contando abobalhado as estrelas...
cantando as ondas com melancolia,
mas sem chorar.
Mergulhado nas águas frias da solidão.
A deriva em sua calmaria,
mas sem chorar.
Houve tempo em que eu acreditava nas pessoas.
Hoje, não mais.
Não penso em ninguém agora,
só no que vivi.
Andanças...
Só nas emoções.
No sofrer e no sorrir
que esses meus semelhantes me fizeram sentir.
Lembranças...
Parece que tudo foi muito ou pouco demais pra mim.
Quem dera tivesse sido bom ou ruim...
É como se tudo que passei
não tivesse passado por mim.
Minha cabeça deu nó agora.
Hoje, não consigo chorar.
Agora só Deus me consola.
Hoje só Ele me pode falar.
Mas não ouço nada,
só o som efervescente da espuma d'água.
Na areia, me deito sozinho agora.
Queria sonhar,
ou acordar desse sonho, sei lá...
queria o meu lugar.
Agora, adormeço sob a luz de Deus,
da Lua: Seu tranquilo e marejado olhar.
Mas sem chorar,
pois ,hoje, meus pesares, minhas dores,
minhas lágrimas... são o mar.
Ao som de "Coqueiros" e "Bicho de Sete Cabeças" do Geraldo Azevedo e, ainda assim, sem chorar.
2 comentários:
Isto sim é escrever, ou seja, derramar a alma sobre as palavras e deixar que os pensamentos se misturem as emoções e a dor. Bem vindo ao denso mundo dos escritores e boa viajem!!!
Adorei victor,esse poema tocou muito a minha alma,agora virei sua fã sempre vou olhar seu blog adoro poesias....
Postar um comentário