Bem sabemos que depois da queda, o homem foi dominado pelo pecado(Rm 3.23), tornando-se escravo de suas próprias paixões e morto espiritualmente, sendo esta a doutrina já discutida aqui em outro texto, a Depravação Total. No entanto, tal perspectiva nos deixa diante de um sério dilema: em meio à tamanha corrupção espiritual, como pode haver uma sociedade ordenada com princípios éticos, e relações de afeto? Como as estruturas da sociedade não foram devoradas pelo desejo insano do coração dos homens? A resposta dada pelo Calvinismo é só uma: a graça comum de Deus.
Essa questão me foi esclarecida durante a leitura do excelente livro Calvinismo de Abraham Kuyper, teólogo holandês do século passado, onde ele afirma que assim como o homem domestica os animais, e prende ou controla seres selvagens, assim também Deus limita a maldade dos homens, extraindo até mesmo o bem do mal, para que se preserve a criação, entendido neste conceito não somente as coisas naturais, mas também toda a criação intelectual que também vem Dele.
É tal pensamento que nos explica a retidão moral de alguns incrédulos, que apesar de caídos espiritualmente, tem uma conduta séria e comprometida com suas causas, ao ponto de causar admiração. Isto nada mais é do reflexo da graça comum de Deus, que é a interferência mínima Dele para garantir que o mundo não seja destruído pelos corações pecaminosos dos homens. Esta graça é diferente da especial, sendo esta a que conduz a salvação por colocar a fé no caminho do escolhido.
Essa questão me foi esclarecida durante a leitura do excelente livro Calvinismo de Abraham Kuyper, teólogo holandês do século passado, onde ele afirma que assim como o homem domestica os animais, e prende ou controla seres selvagens, assim também Deus limita a maldade dos homens, extraindo até mesmo o bem do mal, para que se preserve a criação, entendido neste conceito não somente as coisas naturais, mas também toda a criação intelectual que também vem Dele.
É tal pensamento que nos explica a retidão moral de alguns incrédulos, que apesar de caídos espiritualmente, tem uma conduta séria e comprometida com suas causas, ao ponto de causar admiração. Isto nada mais é do reflexo da graça comum de Deus, que é a interferência mínima Dele para garantir que o mundo não seja destruído pelos corações pecaminosos dos homens. Esta graça é diferente da especial, sendo esta a que conduz a salvação por colocar a fé no caminho do escolhido.
A graça comum é um conceito rico e que nos dá amplas possibilidades de contemplação por caminhos muitas vezes negligenciados por separações equivocadas que foram construídas com base em premissas erradas, como a separação do sagrado e do profano. Neste mesmo livro, Kuyper prega que a cosmovisão calvinista, que nada mais é que a exposição clara e fiel das Santas Escrituras, deve permear todas as esferas do conhecimento humano, e restringir este pensamento ao ciclo religioso, como temos feito, acaba o isolando e entregando as ciências, a política e as artes nas mãos das vãs filosofias, deixando de lado uma ótima oportunidade de glorificar a Deus através destas áreas da convivência humana.
Paulo afirma em colossenses que: “Pois, nele, foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele. E ele é antes de todas as coisas. Nele tudo subsiste.” [1] Assim, é uma posição falha o isolacionismo do pensamento cristão que deve abranger com completude o ser humano, já que tudo foi feito por Deus e tem como fim Cristo. Muda-se o paradigma: não me afasto do mundo, mas somente daquilo que é pecaminoso nele..
Mas, dentro do campo vasto onde podemos notar o agir de Deus em lugares onde dogmas infundados nos impediam de ver, gostaria de limitar a análise e me deter na questão da arte, citando o também holandês Hans Rookmaaker, e sua defesa de que a arte não precisa de justificativa: Assim, a arte deve abrir os olhos das pessoas, ou servir como decoração, ou louvor, ou ter uma função social, ou expressar uma filosofia em particular. A arte não precisa de desculpas. Ela possui seu próprio significado que não precisa ser explicado, assim como o casamento ou o próprio ser humano, ou a existência de um pássaro ou flor ou montanha ou mar ou estrela. Todos eles detêm um significado porque Deus os criou. Seu significado é que foram criados por Deus e são por Ele sustentados. Assim, a arte tem sentido como arte porque Deus considerou bom dar arte e beleza à humanidade.
Esta conclusão é bela e instigante: a graça comum de Deus nos agraciou, em meio a tanta corrupção, com a beleza da arte. Ao visitar o museu da língua portuguesa em São Paulo, não pude ter outra afirmação em mente se não esta, e vi verdades eternas em muitas obras de homens que não a conheciam, e esta é a beleza do agir de Deus como maestro na criação, se revelando até mesmo através daqueles que não o conhecem.
Paulo afirma em colossenses que: “Pois, nele, foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele. E ele é antes de todas as coisas. Nele tudo subsiste.” [1] Assim, é uma posição falha o isolacionismo do pensamento cristão que deve abranger com completude o ser humano, já que tudo foi feito por Deus e tem como fim Cristo. Muda-se o paradigma: não me afasto do mundo, mas somente daquilo que é pecaminoso nele..
Mas, dentro do campo vasto onde podemos notar o agir de Deus em lugares onde dogmas infundados nos impediam de ver, gostaria de limitar a análise e me deter na questão da arte, citando o também holandês Hans Rookmaaker, e sua defesa de que a arte não precisa de justificativa: Assim, a arte deve abrir os olhos das pessoas, ou servir como decoração, ou louvor, ou ter uma função social, ou expressar uma filosofia em particular. A arte não precisa de desculpas. Ela possui seu próprio significado que não precisa ser explicado, assim como o casamento ou o próprio ser humano, ou a existência de um pássaro ou flor ou montanha ou mar ou estrela. Todos eles detêm um significado porque Deus os criou. Seu significado é que foram criados por Deus e são por Ele sustentados. Assim, a arte tem sentido como arte porque Deus considerou bom dar arte e beleza à humanidade.
Esta conclusão é bela e instigante: a graça comum de Deus nos agraciou, em meio a tanta corrupção, com a beleza da arte. Ao visitar o museu da língua portuguesa em São Paulo, não pude ter outra afirmação em mente se não esta, e vi verdades eternas em muitas obras de homens que não a conheciam, e esta é a beleza do agir de Deus como maestro na criação, se revelando até mesmo através daqueles que não o conhecem.
Rodrigo Ribeiro